A construção de uma visuabilidade brasileira durante o Estado Novo

Descrição:

As idéias contidas neste projeto surgiram a partir da pesquisa realizada durante o período de elaboração da tese de doutorado: Entre a tradição e a modernidade – o Café e a imagem do Brasil na Exposição do Mundo Português, defendida em novembro de 2002, no Programa de Pós-graduação em História Cultural da UFSC, na qual foi possível identificar novos pontos a serem abordados que, no entanto, os limites temporais e espaciais daquela pesquisa não comportaram. Neste momento, após a reflexão acerca dos dados coletados, das respostas obtidas e das brechas surgidas é possível retornar aos arquivos para aprofundar determinadas questões suscitadas durante as pesquisas e também para identificar novos dados que possibilitarão alargar a reflexão, inicialmente proposta, acerca das políticas culturais do Estado Novo brasileiro, bem como suas materializações no âmbito das Artes Plásticas e seus contributos para a construção de uma identidade nacional. Com a pesquisa realizada, foi possível identificar o projeto estadonovista estabelecendo políticas de promoção de símbolos atemporais, nos quais a visão agrária, ou seja, a natureza como símbolo do solo pátrio é tomada como o clássico, o universal. Estes mesmos elementos estão presentes na arte internacional da década de 1930, tanto nos regimes totalitários como nos regimes democráticos. Constata-se, portanto, a existência de um repertório comum a todos os regimes, o que possibilita pensar o Brasil em consonância com os outros países. No caso brasileiro, esta é a chave para entender a permanência de obras com uma visualidade característica da academia no âmbito de exposições que propunham mostrar um Brasil moderno ou apenas contemporâneo, levando-se em conta as transformações estéticas pertinentes à década de 1920. É nessa perspectiva que se pretende voltar aos arquivos e buscar na documentação as minúcias, as diferenças de expressão presentes nas imagens criadas ou escolhidas para representar o Brasil no exterior. Tanto nas imagens e reflexões formuladas pelos “modernos”, quanto nas formuladas pelos “acadêmicos”.

Ano Início: 2006

Docentes:

    Luciene Lehmkulh