DANDO VOZ AO CORPO, DANDO CORPO À VOZ: SUBJETIVIDADES DE UM CORPO-VIDA

Discente: 
Kalassa Lemos de Brito
Tipo: 
Dissertação
Curso: 
Programa Pós-Graduação em Artes - Mestrado em Artes
Data da Defesa: 
Fri, 05/17/2013
Palavra Chave: 
corpovoz; subjetividade; corpo-vida; processo criativo

Resumo: A presente pesquisa se insere na área das Artes Cênicas – Práticas e Processos em Artes - e pretende problematizar/experimentar a relação corpovoz/ subjetividades/ criação. Mais especificamente, abordo a questão do trabalho do atuante no que se refere à liberação de fluxo do corpo-vida no processo de criação. Para isso, adotei procedimentos que compreendem vivências e experimentos técnico-poéticos, pesquisa e leitura bibliográfica, reflexões, registros e sistematização de conceitos e princípios a respeito do tema abordado. O percurso desenvolvido ao longo desta pesquisa aponta para o trabalho do ator sobre si mesmo, compreendido por um processo de autopesquisa, tendo como ponto de partida o (meu) próprio corpovoz e subjetividade. Considerando corpo e subjetividade não como uma identidade fixa, dada à priori, constituinte de um sujeito, mas como forças em fluxo dinâmico e heterogêneo, que estão sempre em trânsito, sempre em relação, sendo gerados e se refazendo a todo instante, de acordo com sua capacidade de afetar e ser afetado, tendo como guia princípios de alteridade. Neste sentido, corpo, voz, emoção, pensamento, intuição, memória, presença e espiritualidade foram trabalhados na busca de uma confluência e permeabilidade entre os elementos, a fim de potencializar aspectos afirmativos da vida e da criação. As práticas realizadas no contexto deste trabalho criaram espaços para uma reflexão somática, possibilitando a fricção e a fisicalização de conceitos e energias, bem como pretenderam estabelecer um campo onde não se distingue poesia e filosofia, corpo e pensamento, modos de ser no mundo e artesanatos, ética e estética. Os procedimentos aplicados contemplam experimentos com matrizes corpóreo-vocais afro-ameríndias, com cantos rituais, toques de tambor xamânico e exercícios do Alfabeto do Corpo. Neste percurso, pude constatar a potência do trabalho com o ritmo, o canto e o movimento no processo de liberação de bloqueios, de desestabilização de dicotomias e condicionamentos. Esgarçando o sujeito, promovendo a flexibilização da subjetividade, o alargamento da percepção, dissolvendo os substratos, ativando os atravessamentos, potencializando a presença - forjando novos modos de ser.

Banca/Orientador(es): 
Prof. Dr. Fernando Manoel Aleixo (UFU)
Banca / Examinador(es): 
Profª. Drª. Mara Lúcia Leal (UFU) Profª. Drª. Hebe Alves da Silva (UFBA)